segunda-feira, 7 de junho de 2010

Torcer pela seleção também requer pesquisa

É ano de Copa do Mundo e os fãs de futebol acabam se tornando muito importantes para a economia. Disparam as vendas de televisores, bebidas e artigos relacionados à seleção brasileira. Mesmo na torcida, o Procon recomenda ao consumidor que tome alguns cuidados para evitar problemas e que realize sempre uma pesquisa de preços para que não seja comprometido o orçamento doméstico.

Televisores
Os consumidores, em período de Copa, muitas vezes, compram um televisor com nova tecnologia. Mas, vale lembrar que se possuem uma boa televisão, mesmo que não seja de última geração, é preciso analisar se há necessidade de um gasto que pode comprometer o seu orçamento. Assim, se o consumidor tem um aparelho com uma boa qualidade de imagem, deve avaliar se realmente este é o momento de efetuar a troca do seu televisor.

Se a opção for adquirir um novo produto, é preciso pesquisar, pois existem vários tipos e modelos no mercado, desde aparelhos de telefonia móvel (celular), tvs portáteis até os de última geração que permitem a visualização de imagens em três dimensões.

A maior procura tem sido por aparelhos de televisão de alta definição e, nessa hora, deve-se ter muita atenção, pois há os de LCD (Liquid Cristal Display ou tela de cristal líquido), LCD 3D ( LCD com tecnologia 3D), plasma (indicado para ambientes escuros) e as novas Led LCD. O consumidor deve definir o aparelho que deseja comprar e realizar uma pesquisa de preços em diversos estabelecimentos, uma vez que as diferenças podem ser significativas.

O Procon alerta que a tecnologia utilizada interfere no valor do produto e que a qualidade da imagem pode variar com o ambiente em que será utilizado. É recomendável que o consumidor conheça antes os detalhes técnicos dos diversos modelos, escolhendo o que for mais indicado para a sua finalidade. Seja qual for a escolha, deve saber o preço à vista e a prazo, bem como os juros embutidos no financiamento.

Torcedores
O comércio também disponibilizou uma série de produtos para os torcedores, que precisam estar atentos em relação à camisa e aos produtos oficiais, que são produzidos exclusivamente pela marca patrocinadora de material esportivo da seleção e têm um custo elevado.

O Procon lembra ainda que muitas empresas oferecem promoções de camisas e brindes e que, normalmente, esses produtos são oficiais da promoção e não da seleção.

Bares e restaurantes
Bares e restaurantes são opções procuradas por muitos torcedores para assistir aos jogos. Vale lembrar que no Paraná está proibida por lei a cobrança da consumação mínima e não existindo apresentação artística ao vivo não pode ser exigido o pagamento do couvert artístico. Já a taxa de 10% é optativa e não deve ser acrescida à conta do cliente.

Acerte no presente para o dia dos namorados com as dicas do PROCON

Mais uma data que é comemorada com a troca de presentes se aproxima. É o Dia dos Namorados, em 12 de junho, que exige cautela na hora das compras e, para evitar problemas, o Procon dá algumas dicas.

Flores ou cestas de café da manhã são opções muito procuradas pelos namorados e é preciso atenção na hora de adquiri-los, uma vez que os preços costumam aumentar nessa época. Além disso, é preciso perguntar sobre as taxas e horários de entrega. Exija sempre a nota fiscal, para fins de conferência e garantia.

Perfumes e kits de beleza são muito procurados para presentear. Então, fique atento à composição do produto, que deve constar sempre no rótulo. Vale saber se o presenteado não tem alergia a algum componente da fórmula e não esqueça de verificar o prazo de validade. Trocas só serão obrigatoriamente realizadas se o produto estiver estragado ou vencido.

Há também opções de roupas, calçados e acessórios. Preste atenção em relação a modelo, cor e tamanho, pois nestes casos, a troca é facultativa. A loja só é obrigada a trocar se o produto tiver algum defeito de fabricação. Alguns estabelecimentos, porém, já anexam uma etiqueta específica de troca ou anotam em nota fiscal.

Para não desagradar o presenteado, investigue a sua preferência. Exija sempre a nota fiscal e se informe sobre os juros que serão cobrados, caso a forma de pagamento seja parcelada. Faça pesquisas de preço, que variam entre as lojas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Consumidores reclamam de "lista negra" para crédito em bancos

Clientes que entraram com ações na Justiça dizem sofrer discriminação

OAB pediu explicação às instituições financeiras.

Cresce o número de consumidores que alegam ter começado a sofrer restrição de crédito depois de entrar na Justiça pedindo revisão do valor das prestações de um financiamento. É a chamada ação revisional de juros. Rever o valor das prestações é um direito de qualquer cliente de bancos e financeiras, mas consumidores em todo o Brasil se queixam de discriminação quando entram na Justiça.

O caso levou a Ordem dos Advogados do Brasil a pedir explicações às instituições de crédito que atuam no estado.

“Meu nome não está inscrito em nenhum cadastro de restrição - nem SPC e nem Serasa - e não consigo efetuar nenhuma compra em nenhuma loja”, reclama um consumidor.

A advogada Maria Cristina Siqueira afirma que instituições financeiras mantêm uma lista secreta com nomes das pessoas que pedem na justiça a revisão de um contrato de financiamento.

“Esse banco de dados é interligado entre as instituições financeiras, e quando o cliente efetivamente se dirige a uma loja para adquirir um produto financiado, mesmo que não haja qualquer tipo de negativação no seu CPF, ainda assim o crédito lhe é negado”, aponta a advigada.

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A lista paralela prejudicaria até os profissionais que representam consumidores em ações revisionais. É o caso do advogado João Arruda Brasil Neto, que trabalha no Mato Grosso do Sul: “Eu já tive o crédito restrito em virtude desta informação de que o meu nome estaria nas listas de advogados que entraram com revisionais”.

“Vamos oficiar todas as entidades financeiras perguntando sobre a existência ou não desta lista e os advogados que militam contra os bancos, perguntando a eles se eles sabem da existência da chamada lista negra, se eles podem atestar, se já foram prejudicados pela existência da lista negra”, avisa o presidente da OAB-MS, Leonardo Avelino Duarte.

Muitas queixas

Mesmo com o nome limpo na praça, uma consumidora do Rio de Janeiro diz que não consegue qualquer tipo de financiamento: “Fui tentar tirar um cartão de crédito; também não consegui”.

Um consumidor do Rio Grande do Sul faz a mesma acusação. Ele diz que o histórico de crédito está limpo, mas tem uma ação revisional de juros aberta no ano passado, e por isso não consegue financiar a compra de um caminhão zero quilômetro.

O consumidor gravou um telefonema dado à financeira. Do outro lado da linha, o funcionário confirma a existência da lista.

Funcionário - O banco acabou recusando a ficha em função de uma ação, agora em 2009. Apareceu lá e daí eles recusaram por este motivo. Eles fazem consulta agora de todos os clientes que pedem financiamento para ver se tem ação contra banco.

Consumidor - Então, na verdade, eu estou na ficha negra.

Funcionário – É, infelizmente, no momento, sim.

“Eu estava tranquilo, continuo pagando a dívida. Mas hoje eu não consigo comprar um fusca velho, quanto mais um caminhão novo”, reclama o gaúcho.

A reportagem do "Fantástico" se apresentou como cliente em oito revendas de carros. Depois que o repórter diz que tem uma ação revisional contra um banco, os vendedores, que não sabem que estão sendo gravados, confirmam a existência da lista.

Vendedor - Têm uma caixa-preta lá que todos que entram com revisional ficam queimados nas financeiras. É a mesma coisa que ter o CPF sujo.

Outro lado

Em nota enviada ao "Fantástico", a Federação Brasileira de Bancos afirma desconhecer qualquer banco de dados sobre ações revisionais.

Também em nota a Associação Nacional das Instituições de Crédito afirma que os bancos e financeiras fazem, dentro da lei, consultas a diversas bases cadastrais que podem incluir levantamentos de informações públicas do Poder Judiciário.

Mas, segundo o artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor, a abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor. O descumprimento do artigo pode gerar a multa de até R$ 30 milhões.

A coordenadora do Procon do Rio Grande do Sul, Adriana Burger, confirma que é discriminação negar crédito a quem entrou na Justiça.

“O problema destes créditos é a falta de transparência. É simplesmente negado para a pessoa sem esclarecer a razão. Nós acabamos deduzindo que foi porque ela entrou com uma ação no Judiciário. Mas a empresa nega o serviço, nega a venda deste produto e não diz claramente qual a razão. Então, há um cadastro paralelo, há um cadastro negro, há um cadastro pardo, que não é oficial e que restringe os direitos das pessoas”.

O consumidor que tem o nome limpo na praça mas não consegue crédito por causa de ação revisional pode procurar o Procon. Se possível, deve levar provas ou testemunhas.

“O que eu compro eu pago, mas com o valor correto”, diz o consumidor gaúcho.


Fonte: G1
Autor: Fantástico
Revisão e Edição: de responsabilidade da fonte

Retirado de Consumidor RS